Desafios da Missão Vicentina: Evangelizar através das visitas aos pobres!

A visita aos pobres, lá onde eles estiveram ou morarem, nos barracos, nos casebres, nos abrigos, na rua, faz parte essencial da missão vicentina. Para os vicentinos, a exemplo de São Vicente de Paulo e Bem-Aventurado Frederico Ozanam, nada substitui o contato direto com os pobres. Nesta Relação direta, pessoal e fraterna, confrades e consocias são chamados a partilhar, a evangelizar, a levar o "pão matinal" e o "pão da Palavra".

A evangelização consiste, por palavras e obras, em testemunhar e proclamar a Boa Nova de Jesus Cristo, a partir da realidade concreta das pessoas. É preciso, primeiramente, ouvir e ouvir muito as pessoas, em espírito de solidariedade e com muita paciência e, a partir daí, ajudá-las a iluminar e transformar sua vida com o evangelho de Jesus Cristo. Uma boa evangelização requer sempre uma atenta e solidária escuta das pessoas, em suas alegrias e tristezas, em suas angústias e esperanças.

Concretamente, nas visitas, é muito importante ouvir bem as pessoas carentes e sofridas, para conhecê-las, estimá-las e sensibilizar-se com a realidade e com sua luta. O simples testemunho de escuta, de solidariedade e de atenção para com o pobre já é uma proclamação silenciosa, valorosa e eficaz da Boa Nova de Jesus. Nisso há já um gesto inicial de evangelização. Entretanto, a proclamação da Boa Nova pelo testemunho silencioso da vida deverá, em momento oportuno e através do diálogo respeitoso, ser proclamado pela palavra explícita. Aí então, é preciso anunciar explicitamente Jesus Cristo e seu evangelho, convocando as pessoas para o seguimento de Cristo, desenvolvendo uma boa catequese, animando e ajudando as pessoas a iluminar e dar sentido às suas vidas com o evangelho e a se engajar na comunidade de fé, a Igreja.

Nesta escuta fundamental para a evangelização, é preciso estar atento à palavra dos pobres, pois também eles muito nos ensinam e nos evangelizam. Nas suas longas histórias de sofrimento e de luta, muito aprendemos com eles e descobrimos profundos valores de fé e de vida. Como dizia São Vicente de Paulo, devemos pôr-nos na escola dos Pobres, matricular-nos na escola dos Pobres, aprender com eles e ir a eles movidos pela compaixão evangélica. Em vez de abaixar-nos para pôr-nos no nível dos Pobres, devemos subir para encontrá-los, levando nossa ajuda e nossa palavra com respeito, carinho e sentimento da grandeza dos Pobres, que são, aos olhos da fé, uma presença do Cristo sofredor da Paixão.

REFLITA COM SUA CONFERÊNCIA OU CONSELHO:

1. Como têm sido realizadas nossas visitas aos Pobres?
2. Elas Têm sido um verdadeiro momento de solidariedade e de evangelização?

Padre Eli Chaves - Da Congregação da Missão
(Fonte: Resenha Informativa nº 135 do Conselho Central de Governador Valadares/CMGV - Região II)